Eu venho e vou como se nada ao meu redor fizesse sentido, como se cada passo dado fosse mais um pé pairando sobre um imenso nada. Ando em casa de um lado para o outro e nenhum lugar parece bom o bastante para me aquietar, eu não devia estar ali, meu plano falhou. E perder-se não é mesmo o pior quando não quero me encontrar, o horror que vos falo, caro amigo, é o de sentir-se avassaladoramente sozinha em meio á multidão. É acordar de manhã e perguntar "cadê?" e depois vagar entre meus devaneios, sem nenhuma perspectiva de dia, é refugiar-se no sono para não pensar.
E cada vez a solidão me consome mais um pouquinho, como uma jibóia que engole sua presa lenta e dolorosamente. Mas a solidão a que me refiro não é global, tampouco pode ser generalizada. A minha solidão é também meu Zahir, algo que uma vez tocado jamais e esquecido e sua falta nos consome até a total loucura. E como chega rápido a dita cuja. Engraçado agora ter um psiquiatra, alguém que até sábado tinha em sua testa o estereótipo de sã. Mas até a sanidade é relativa quando se trata do absolutamente desconhecido, pois o que eu sinto não tem nome, ainda que meu Zahir tenha RG, endereço e telefone."E sigo por aí viajante, habitante de um lar sem muros".
Olá, Vitória!
ResponderExcluirEstava "zanzando" pela blogosfera, mais especificamente no link "Marabá", do meu perfil, e encontrando seu blog, resolvi dar uma passadinha e conhecer. E acabei descobrindo textos interessantes, como este que acabei de ler. Um pouco melancólico talvez, mais ainda assim bonito.
Com certeza, em outros momentos farei outras visitas com um pouco mais de tempo para ler mais.
Muito sucesso para você.
Tito querido, fiquei feliz com seu comentário. Achei que apenas eu passava por aqui de vez em quando. Isso aqui tá um marasmo de solidão e melancolia. Rs Obrigada pela visita e sinta-se em casa!
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